O Hat Trick do LIGO: A Terceira Detecção de Ondas Gravitacionais

O LIGO detectou pela terceira vez ondas gravitacionais, as famosas ondulações do tecido do espaço-tempo, demonstrando que essa nova janela na astronomia está aberta de forma definitiva.

Do mesmo modo que nas duas primeiras vezes, essa terceira detecção também foi gerada pela colisão de dois buracos negros.

O buraco negro resultante dessa colisão tem uma massa equivalente a 49 vezes a massa do Sol.

O LIGO desde a primeira vez que detectou as ondas gravitacionais, confirmou a existência dos buracos negros de massa estelar, algo que até então só se sabia em teoria.

A nova detecção feita pelo LIGO aconteceu durante a sua rodada atual que começou no dia 30 de Novembro de 2016, e irá continuar por mais alguns meses ainda.

Essa terceira detecção leva o nome de GW170104 e foi feita no dia 4 de Janeiro de 2017.

Essa detecção foi feita por ambos os detectores do LIGO, e pelo cálculo a fusão dos buracos negros aconteceu a 3 bilhões de anos-luz de distância da Terra. Sendo a mais distante até o momento.

Essa mais nova detecção também fornece pistas sobre a direção em que os buracos negros estavam girando e também se os buracos negros estavam ou não alinhados.

De acordo com as interpretações realizadas, um dos buracos negros no mínimo não estava alinhado com a órbita geral de movimento.

Isso seria uma evidência de que buracos negros podem sim se formar em densos aglomerados de estrelas, como já mostramos outras evidências aqui da existência de buracos negros nos aglomerados globulares.

A formação de pares binários de buracos negros não é algo totalmente resolvido, existem dois modelos vigentes atualmente.

No primeiro, os buracos negros nascem juntos e se mostrariam de forma alinhada.

No segundo, eles se juntam mais tarde, e nesse segundo cenário, não necessariamente estariam alinhados, como os dados dessa terceira detecção mostram esse desalinhamento, é possível que esses buracos negros tenham nascido num aglomerado globular de estrelas.

Essa detecção mais uma vez testa e aprova a teoria da relatividade geral de Albert Einstein, e como foi uma detecção mais distante comprova algo interessante.

Nós sabemos que quando a onda de luz passa de um meio para outro ela sofre uma dispersão, a teoria da relatividade nunca considerou a existência dessa dispersão para as ondas gravitacionais e o LIGO não encontrou nenhum sinal da dispersão.

Aparentemente Einstein estava realmente certo, pois não foi observado nenhum desvio das previsões feitas pela relatividade mesmo para um evento detectado a uma distância tão grande assim.

Essa terceira detecção é algo realmente fantástico, mostra que o LIGO se estabelece mesmo como uma poderosa ferramenta para estudar esse lado obscuro do universo.

Os pesquisadores esperam detectar outros eventos extremos como a fusão de duas estrelas de nêutrons.

Além disso, todas essas detecções estão permitindo que os pesquisadores, possam coletar estatísticas reais sobre os buracos negros, algo até pouco tempo inimaginável.

Depois dessa rodada que deve durar mais alguns meses, o LIGO passará por um período de atualização e melhorias para voltar operar no final de 2018. Bem, para quem esperou 100 anos para detectar a primeira onda gravitacional, esperar mais 1 para um instrumento melhor, não é nada.

Fonte:

https://phys.org/news/2017-06-gravitational-insight-black-holes.html

Artigo:

https://journals.aps.org/prl/pdf/10.1103/PhysRevLett.118.221101

Canal Space Today
https://www.youtube.com/channel/UC_Fk7hHbl7vv_7K8tYqJd5A