
A segunda temporada de Andor trouxe um dos momentos mais impactantes e controversos da franquia Star Wars: a morte repentina de Cinta Kaz, uma das poucas personagens LGBTQIA+ centrais da saga. Sua relação com Vel Sartha foi um marco na representatividade queer em produções live-action da franquia, mas seu fim trágico levanta debates sobre a forma como essas narrativas são tratadas.
Vel e Cinta: Um Amor em Meio à Rebelião
Desde a primeira temporada, a relação entre Vel e Cinta foi construída com sutileza e profundidade. Em Andor, sua conexão não é apenas um elemento de diversidade, mas parte integrante da trama, mostrando duas mulheres comprometidas com a luta contra o Império, mesmo que isso signifique colocar seu relacionamento em segundo plano. A atriz Faye Marsay, que interpreta Vel, destacou a importância de normalizar essas relações, afirmando que “as pessoas amam quem amam” e que é essencial retratar isso como algo natural .
A Morte de Cinta e o Debate sobre Representatividade
No episódio “Make It Stop”, Cinta é morta acidentalmente durante uma missão em Ghorman, atingida por um disparo de blaster durante um confronto caótico. Sua morte, embora dramática e significativa dentro da narrativa, reacende discussões sobre o trope “Bury Your Gays”, onde personagens LGBTQIA+ são frequentemente eliminados em histórias de forma trágica .
A perda de Cinta não é tratada como um mero choque narrativo. A série dedica tempo para explorar o luto de Vel e as consequências da morte de sua parceira, destacando o custo humano da rebelião. No entanto, a proximidade entre o momento de reconciliação do casal e a morte de Cinta levanta questionamentos sobre a necessidade e o timing dessa decisão criativa.
Um Passo Adiante ou Retrocesso?
Andor foi elogiada por apresentar uma das representações mais significativas de um casal LGBTQIA+ em Star Wars, indo além de momentos superficiais vistos em produções anteriores. A relação entre Vel e Cinta foi desenvolvida com cuidado, mostrando complexidade e profundidade emocional. No entanto, a morte de Cinta levanta a questão: a série avançou na representatividade ou caiu em velhos padrões?
A resposta pode residir na forma como futuras produções da franquia abordarão personagens LGBTQIA+. Se Andor for um ponto de partida para narrativas mais inclusivas e complexas, a perda de Cinta pode ser vista como parte de uma evolução. Caso contrário, corre-se o risco de perpetuar estereótipos e limitações na representação queer.
A morte de Cinta em Andor é um momento de profunda emoção e reflexão, tanto dentro da narrativa quanto na discussão sobre representatividade em grandes franquias. Resta aos criadores e ao público decidir se esse será um catalisador para mudanças positivas ou mais um exemplo de oportunidades perdidas.
Para saber mais:
https://www.cultureslate.com/editorials/an-overview-of-star-wars-lgbtq-rep-in-2022
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